As cunhadas Beatriz Piatti, 34, e Rafaela Malta Piatti, 40, mantiveram juntas por oito anos um escritório de arquitetura antes de decidirem lançar a marca de bolsas, em maio de 2022. Como boas arquitetas que são, passaram seis meses gestando a Carlotte — o nome traz uma dualidade interessante: em italiano significa patricinha; em alemão, mulher forte.
Todas as bolsas têm nome de mulher e trazem em comum as formas arquitetônicas e o fato de serem feitas à mão de cabo a rabo. Couro trabalhado numa paleta de cores sofisticada e inusitada é a marca registrada da Carlotte, assim com as parcerias com artesãs locais — o crochê é feito em comunidades do Litoral Norte, e o trançado de palha de ouricuri vem de Coruripe.
Moda e arquitetura sempre fizeram parte do universo de Bia, que descende mulheres criativas e corajosas. Sua avó materna, a pernambucana Zélia Maia Nobre foi a única mulher a se formar em arquitetura numa turma de 40 homens, em 1955. Mais tarde, virou referência na arquitetura modernista de Maceió e fundou o curso de arquitetura da Universidade Federal de Alagoas. Rosa Piatti, mãe de Bia, é arquiteta, designer e artista plástica e, por muitos anos, teve, ao lado da irmã, a Viver de Arte, que produzia objetos de decoração, luminárias e vestidos que eram obras de arte. Recebeu vários prêmios internacionais importantes, exportou seus produtos para os quatro continentes e hoje dedica parte do seu tempo à marca de roupas Maia Piatti, onde Bia também trabalhou.
“Sempre fui uma entusiasta por bolsas diferentes, influência da minha mãe e da minha avó. Já vinha conversando sobre esse desejo de lançar uma marca com a Rafaela, entre uma obra e outra, há algum tempo. Me separei em 2021 e decidi que estava pronta”, conta.
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